reflexões quase desnecessárias no isolamento



adoro títulos grandes ou curtos, nunca médios. 

parei para pensar. parei para me comparar. parei para refletir sobre big brother brasil 2020. parei. o problema de parar é ficar parada por mais tempo do que o corpo suporte. quanto tempo meu corpo suporta parar? 

  eu senti entre os meus dedos o quanto a realidade era falsa e o conformismo é uma delícia, não o conformismo do isolamento, o conformismo da vida. 
  eu descobri que os teus amores eram falsos e que era verdadeiro quando lhe era conveniente. 
  "não seja inconveniente"  foi o que ouvi, não sei de quem ou quando, mas parece um eco que nos atormenta, mas, as vezes, precisamos ser aquela pedra no sapato de alguém, a agulha que se esquece no sofá e alfineta até o fim. 
  mas quando um ônibus esta cheio e você precisa descer naquele ponto, o que você prefere? que todos desçam com você ou você seja a única ali? se você, meu amigo leitor, pega tanto ônibus quanto eu sabe que pela lógica é bom que todos desçam, facilitará o seu caminho, você praticamente será empurrado confortavelmente até a porta. é tão bom ser conformado, quase nada dói - mas as vezes te confesso que tudo dói — tem hora que ninguém quer descer do ônibus, e você, conformado, acaba sendo levado para o ponto que não é o seu. 
   o quanto te custa usar máscaras? vai ter hora que parece não custar nada, só terá benefícios, e por isso que usa. eu senti falta enquanto sua alma estava em calma  naqueles dias era a minha que estava perturbada, mas não duvido dos dias que você gritou e eu escolhi dizer que não vi
  
parei para me condenar. isolar-me dentro da isolação. dizer não com fitas policiais. fechar caminhos que nem sei para onde poderiam me levar. 

autossabotagem é o palavrão do dia. 

estou juntando quebra-cabeças, peças soltas que na correria não tenho tempo de me procurar, ou que consigo lançar para de baixo do tapete mais rápido do que eles conseguem me frustrar. sei que meus textos parecem que andam sem destino, sem caminho, só desabafo   e me não me sinto uma boa poeta por isso, mas te confesso que eles possuem lar, habitam em mim e agora aqui. 

o feed às vezes é alimentado por minha dor;
o feed às vezes alimenta o torpor da minha alma; 
o feed às vezes é o meu alimento   nunca enche a barriga, é vento.

talvez esse texto é o consolo da pergunta "por quê?", qual seria a resposta daqueles que se deliciam com o conforto? de uma pessoa que ama se confortar, e odeia simultaneamente, meus sinceros perdão    mas cabe lembrar que perdão que é perdão em seguida ganha uma nova rota para trilhar. 

metanoia é mudança de caminho. 

- obrigada espírito santo

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