Deus é bom, God is good.

           Como acabar com uma mentira? Contando a verdade. Eu escrevo o óbvio, e às vezes preciso sentar comigo mesma e me consolar "está tudo bem escrever o óbvio", por isso, talvez, esse texto seja um acúmulo de obviedades e me perdoe por isso, mas sou assim. 

         Eu coleciono mentiras, umas cabeludas que só vendo, outras tão pequenas que parecem cristais de açúcar, mas na verdade são pequenos pedaços de vidro e me rasgam por dentro. Uma vez, que se repetiu outras vez, mas nessa foi especial, minha mente estava sendo assaltada por mentiras, fiquei desnorteada e resolvi fingir plenitude assistindo uma série, Sherlock Holmes, e lá ouvi "uma boa mentira é sempre misturada com a verdade" aquilo entrou como luz no meu interior, mostrando a minha bagunça, onde estava errado,  massacrando a confusão em mim. Eu estava sendo achada pela verdade que estava dando um nocaute na mentira. É assim que acontece quando as duas se encontram.

        Nesse mesmo período, comecei a perceber que havia uma mentira em mim que já estava disseminada por todo o meu interior e dessa vez foi lendo o livro "Louco Amor" - eu já procurei essa parte, mas não acho - que as coisas começaram (até hoje luto contra ela) a ganhar um rumo. A mentira é "Deus não é bom" e ela tinha outra face "Deus é bom, mas não para mim", eu crente a não sei quantos anos não conseguia nem olhar para essa mentira ou sequer tentar lançar verdades sobre elas, só sabia esquivar de mim, do próprio Deus, de tudo. Tornei-me uma criança de cinco anos de idade que cabe dentro de um guarda-roupa. Mas, nesse livro do Francis Chan diz que Deus é bom quando olhamos para os olhos dele, quando nos unimos a perspectiva dele, então quando paramos de olhá-lo e pensamos segundo as coisas ao nosso redor tudo fica, de fato, confuso. Diante da mentira, "Deus não é bom, por isso (adicione o que quiser aqui)" existe uma verdade "para além de tudo, não importanto os por issos, Deus é bom". Deus é bom porque eu vejo nos olhos dele e o Amor é bom. 

            Fujo de muita coisa, sempre digo que sou boa em fugas, e estranhamente, às vezes fujo da verdade, encontro um conforto estranho na mentira, para - quem sabe - chorar dentro do armário. Quando digo "Deus é bom" parece uma granada explodindo no meu cerébro, quando isso torna-se meu princípio que me norteia para o fim é como se construísse e destruísse pontes ao meu redor - e imagine que isso não é algo "indolor", por isso, o conforto por vezes parece ser o melhor lugar, mas ops, isso é outra mentira, pois um lugar nunca é bom quando não foi feita para ele. 

             Mas, por que ainda luto com isso, se já sei a verdade? Há dois extremos: o coletivo e o particular. Há o meu mundo particular e existe este mesmo mundo se encontrando com uma multidão, há vinte e cinco anos de conceitos criados por mim de bom e ruim, assim como um universo que existe a sei lá quantos anos que criou os próprios conceitos desenvolvidos por toda uma comunidade histórica, é preciso olhar continuamente para Eternidade e puxar suas verdades para trabalhar com as mentiras aqui, com os conceitos que os dois extremos construíram juntos. E, para mim, tem sido complicado olhar para Eternidade com um monte de luzinhas atrapalhando minha visão, não que seja culpa das luzes, a culpada sou eu por tanta distração, por ser tão suscetível a elas. Aos poucos, entendo as repetições de Davi - o que contemplo, me torno, encarno, isso nem sempre é de modo da noite para o dia, isso pode custar toda uma vida, para destruir toda uma vida de mentira.

            Essa conversa toda me lembrou das esculturas, quando olho para uma escultura vejo tanta beleza e tenho tantos questionamentos do tipo, "Como?", "Como alguém conseguiu fazer isso?". Tento, vagamente, criar essa resposta: a pedra já esta diante do seu autor e ele sabe o que fazer ali, a sua verdade, mas é aos poucos, quanto mais ele a toca, passa tempo com ela, quanto mais as duas se entreolham que aquela pedra torna-se arte, um Davi de Michelangelo, onde todo canto há beleza e verdade. É com um olhar fixado, as mãos de um artista, tempo e um buril, que causa dor à pedra, é assim que se remove tudo aquilo que segundo o autor não faz parte dela. É assim também comigo.

          O conceito da bondade que há nEle ainda é pouco experimentado por mim, porque olho pouco para os olhos dele, então, me pego a dizer "Deus é bom para mim que além de ser tão pequena é tão cheia de defeitos?", Deus não possui atitudes boas, mas Ele o ser bom faz parte de quem É e seus atributos são imutáveis, então não são atitudes boas, mas tudo que vem dele procede de um lugar de bondade porque é assim que É, não tem como ser diferente, então tudo é bom. Então, quando Ele olha para mim é também bom, porque Ele me ama - mas isso é para outro dia.  Quando não entendo que Ele é bom é porque não sei direito o que é ser bom, meu dicionário foi distorcido, mas à medida que o vejo, aprendo, confesso: Deus é bom e quero cantar - assim como numa música que repito - dia e noite que Ele é bom. 

           "Olhai para ele, e sede iluminados; e os vossos rostos jamais serão confundidos." Salmos 34:5 AA.

"Deus é o único ser realmente bom, e é ele quem estabelece os padrões de bondade. (...) quem é dono do universo tem a prerrogativa de estabelecer o padrão que bem entender. Quando discordamos, não temos o direito de achar que é o raciocínio de Deus que precisa mudar." - Francis Chan, acho que achei a parte que me chocou. rs


- Obrigada Espírito Santo  

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