pode entrar



embora você seja de casa preciso, acho interessante, no mínimo, repetir estas palavras: pode entrar. 

[querido leitor, estou escrevendo logo após meu coração ser assaltado como quem tivesse acabado de passar um bisturi no peito, fino, brilhante, e sem anestesia, talvez este texto seja o nirvana somado ao consolo entre tudo] 

está uma bagunça, não sei como uma pessoa só consegue bagunçar tudo, mas sou a prova que consigo bagunçar: a sala, a cozinha,  aparentemente amo espalhar roupas em lugares inadequados, mas você pode entrar, é de casa, sabe que não tenho cachorro, mas tenho um ótimo latido que espanta muita gente.  e da mesma forma que essa bagunça está aqui, eu permaneço sem entender, acumulam-se as questões, não tenho um belo texto apresentável para trazer como retorno ao blog, eu só tenho questões.

eu sou uma questão – a mim mesma. 

e você tem as respostas, questiono porque você não apenas escreve num papel e me dá, mas há um doce caminho a pecorrermos. 

nossa! aquela imagem vai ficar rodando na minha cabeça como um móbile, e o pior eu estou deitada, preciso, urgentemente, que alguém me levante, talvez seja a idade... ainda não tenho idade suficiente para meter a mão nesse briquedo e arrancar a imagem que me enfeitiça, que soa tão ameaçadora, que quer me socar. É o próprio bisturi que eu olho, fixamente, ameaçando furar os meus olhos, eu deveria estar olhando para os teus olhos. eu não entendo

você conhece o caminho dos pedaços de pães, sabe que estou como uma idiota no meio do caminho parada, fixada em coisas tão efêmeras enquanto têm pães e estrelas no caminho. sabe o que é estranho? eu disse que não ia tentar escrever nada, só queria entender, mas logo fui complelida a estar aqui, lembrei que três segundos atrás disse que eu iria voltar, mas não pensava ser agora, e cá estou, mas queria contar uma bela história, por que devo sempre ser a rainha do drama? por que têm hologramas que tiram o meu sono? será que ainda tenho pouco? quem sente muito sono não tem isso consigo. 

eu só penso em bater uma marreta no chão. estou precisando que você pegue essa marreta das minhas mãos, por favor, esse é meu sincero não entendo. sim, eu sou muito infantil, e sinto muito por isso, queria crescer, ainda quero, ser como aqueles que não sentem – e não são esnobes, mas eles entenderam o que não entendo – queria ser como eles... enquanto isso, ainda tenho vontade de gritar e eu ainda te espero, talvez você não trará as respostas, mas virá e será a resposta, como sempre é. 

minha sincera oração a quem me ama mais do que o dicionário sabe o que é amor. 


Com amor, nicole de antunes


obrigada espírito santo



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