necessidade de escrever

white and black typewriter on table

afrânio coutinho diz que no meio dos direitos humanos deveria estar a literatura, por raios, esse homem tem toda a razão, hoje, trinta de março, gostaria de saber por quê estou escrevendo, mas hoje te confesso que só escrevo, preciso pôr para fora o que não cabe aqui dentro, e é sem motivo, sem razão, sem um xis da questão, não vou falar só o que sinto, não vou falar o que cabe na gaveta, eu só preciso falar, dizer, prosseguir, escrever. 

necessidade humana. 

incluso na minha cesta básica, incluso de baixo do braço, queridos amigos, eu preciso por ordem no meu caos então, por favor, me deixem só digitar, sem rumo, sem marcador no blog, sem reclamar da chuva, ou elogiar o sol, que veio me visitar ontem. antes de começar a digitar pensei muito em escrever, mas sobre o quê? vamos, nicole, um tema.... só unzinho para te dispôr a escolher as palavras, você consegue! mas não consegui, a única coisa que descobri nesse meio tempo de pensamento é que eu necessitava escrever, abrir isso daqui e disparar. 

minha alma tem questões. perguntas de prova de enem, que só a questão em si te desgasta e te incentiva a chutar qualquer opção, mas não quero mais chutar, o chute era covardia, quero saber com exatidão os motivos, mas a matemática descobriu-se não ser exata, atire no escuro e dê seu passo de fé. 

necessidade humana. eu sou humana.

certa vez uma psicóloga me disse que era isso que eu deveria aceitar primordialmente (ela não usou essa palavra, mas eu a uso, porque entendi que esse era um principio que fora descolado da minha vida) o fato deu ser um ser humano, e eu chorando, em fangalhos, disse que não queria ser humana, e agora cá estou, a cada dia, mais perto do precipício, sentindo minha derme e confessando que sou humana e que preciso escrever pra conferir que este é meu estado, não só para conferir existência, mas também, conferir a dor, os cinco sentidos estão ativos, amigos. 

acho que estou escrevendo para te lembrar que vivo
acho que estou escrevendo para me lembrar que vivo
e se vivo ainda dói, 
acabei de fazer o que vivo teorizando, e usando delleuze para confirmar: a saúde na literatura. 

antes que eu enlouqueça e surte nas ruas de salvador, o transporte tá caro não posso sai por aí assim pra quem sabe enlouquecer, vim aqui agarrar minha sanidade e lembrar que estou viva. 



Obrigada Espírito Santo que me (nos) trouxe consolo em meio a este mundo caído através da arte. 

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