depois do depois

Imagem de eyes, brown, and eye

gostaria de copiar e colar um texto da internet que achei e exprimia de fato o que sinto, às vezes, mas ao invés disso decidi encarar (isso é um baita passo) a folha em branco e começar a escrever a minha própria versão do depois do depois. de qualquer modo obrigada Hannah Brencher, obrigada todos os escritores que vivem a compartilhar o que sente para que outros se sentem a sua mesa e digam "ok, você não está só!" ou "obrigada por ser vulnerável". 

nas últimas semanas o tempo fechou por aqui, veja bem, moro em salvador, tempo nublado é obra de luxo (não para mim, porque não gosto de chuva), e há quase três semanas olhava pela janela e só via nuvens ou a chuva mesmo, as lágrimas que caíam eram o meu alimento dia e noite, estava naqueles dias. aqueles dias que não dá mais para esperar, é o depois do depois e você se pergunta onde está o que viria depois de entregar? eu não sabia onde eu estava quanto mais onde estavam as coisas que procurava, afinal o que eu procurava? só sabia olhar a janela e lá dizia ou vai chover ou assim já é. 

vamos então escrever poesia? não. garota, você estava indo tão bem, vamos lá! não. só mais um pouquinho! não. contando para outro, enviando como código morse: pedido de socorro! pera, não. chovia de novo por aqui, e como criança que não sabe explicar e só quer fazer aquilo parar me senti. lembro então dos olhos dele, até desenhei para saturar a mente, nos olhos do leão há compartimento de dor - até a dor que não se entende. desvio o olhar. 

despertei a própria escuridão quando olhei para dentro de mim, o meu eu, corroendo a mim mesma; a minha voz, subvertendo a minha voz, os meus questionamentos consumindo as minhas certezas de efeito e pedindo alguma justificativa para derrubar, e isso me fez lembrar de quando li sobre câncer, quando o que deveria trazer defesa para o corpo se multiplica de tal forma que pode ser o maior causador da doença, é seu corpo que te ataca e a sua defesa começa a fluir como fraqueza. tudo em mim cheirava a guerra. 

minha defesa escorregou pelos dedos e desabei, não havia mais nada para fazer: minha defesa era eu. me encorajaram a me olhar no espelho, meu sentimento era guia e o naufrágio tornou-se sina. o que você faria? eu desabei, disse para mim mesma que era hora de desistir. depois do depois existia cansaço na alma, por que está abatida, ó, minha alma?

me perdi, desisti e descobri:

Imagem relacionadapara quem vive em torno de si o sentir é tudo. quem está fundado em sensações não está fundado na verdade, a conclusão é pare de olhar para você. 





minha dor é legítima, mas afundar-me nela foi a minha armadilha. quando o corpo ataca o corpo e ancora a si mesmo o naufrágio é sina.

a luz que entra pela janela é do sol da justiça, divina, quando abro os meus olhos para ver além de mim, abro as cortinas da vida e enxergo que sol ainda que vais, vem, permanece, ainda que seja noite o sol nunca se foi, ele é. estou olhando, estou olhando mais uma vez, e assim espero nele e o louvarei.

depois do depois há o depois até que; hoje não irei desistir, suspiro e olho de novo para os olhos dele.

termino o texto copiado e colando uma frase da hannah brencher.

Imagem relacionadaTudo o que tenho para dizer - eu acho que é fácil ir a Deus uma vez com uma mágoa. Talvez duas vezes. Mas eu acho que verdadeira saúde vem se continuamente vou e volto e repasso o mesmo assunto de novo e de novo. *


so, i fix my eyes in your eyes.

* tradução feita por mim, ou seja, corre o risco de não ter uma integridade 100% as palavras da brencher. im sorry.


 Espírito Santo nos ajude! (e, obrigada)


LINKS REFERIDOS NO TEXTO: 
https://www.inca.gov.br/como-o-organismo-se-defende (entendendo um pouco sobre organismo/câncer) 
https://www.hannahbrenchercreative.com/blog1/2019/2/27/februarywrapup (o texto de hannah brencher que me deu um start para escrever este)
a citação é do pastor Mateus na pregação de ontem (sem linkagem e afins)

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